sexta-feira, 22 de setembro de 2023

 O INTEGRALISMO NO ESPÍRITO SANTO 

O integralismo era uma entidade organizada a partir de 1932 por Plínio Salgado que era escritor e jornalista, durante o governo provisório de Getúlio Vargas. No mesmo ano Vargas enfrentou a Revolução Constitucionalista em São Paulo e momento em que o Fascismo e Nazismo cresciam em adeptos na Itália e Alemanha. 

A AIB- Ação Integralista Brasileira organizada por Salgado tinha um caráter conservador, cristão e com características fascistas. O slogan do grupo era "Deus, Pátria e Família". Uma campanha para presidente do Brasil no ano de 2018 teve um slogan muito parecido.

No Espírito Santo o integralismo teve muita adesão nas comunidades de italianos e alemães e com a campanha de alguns membros da Igreja Católica de combater o comunismo. Os municípios capixabas que mais aderiram foram Castelo, Ibiraçu, Venda Nova do Imigrante, Santa Tereza, Santa Leopoldina, Domingos Martins e Cachoeiro de Itapemirim. 

O medo do avanço do comunismo pode ter sido um dos fatores para a influência do integralismo com caráter de defender a propriedade privada e a religião. Outro fator defendido por historiadores seria o carisma de Plínio Salgado em seus discursos pela rádio.

Além desta influência havia o simbolismo que marcava a ideologia do integralismo. No Brasil os integralistas ficaram conhecidos como os camisas verdes por usarem um uniforme com essa cor. Os seus inimigos políticos, os comunistas os apelidaram de "galinhas verdes". Havia uma bandeira do partido que usava um símbolo grego de somatória e se saudavam dizendo "anauê" de origem tupi que significa "você é meu parente". 

Faziam reuniões em suas sedes, como por exemplo no ano de 1934 foi realizado na cidade de Castelo um congresso da AIB. Participavam de desfiles cívicos, faziam divulgação da ideologia do partido através de revista própria com muitos artigos assinados por Plínio Salgado.

Após o golpe de Estado de Getúlio Vargas em 1937 tanto os partidos integralistas como comunistas foram colocados na ilegalidade. Plíno Salgado teve que fugir para Portugal. Já nas comunidades de italianos e alemães passaram a ser vigiados e perseguidos pela polícia. O português passou a ser língua obrigatória proibindo o uso de outras línguas principalmente o italiano e alemão. Dentro desta mesma política os povos indígenas passaram a ser proibidos de falar suas línguas tradicionais.

Hoje a visão política é outra, por exemplo no Espírito Santo passou a ser incentivado pelo governo estadual de aulas de pomerano e italiano nas localidades onde temos descendentes de imigrantes europeus. 

A perseguição aos imigrantes e seus descendentes só foi aliviada com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Onde tivemos alguns capixabas que participaram nas batalhas na Itália. 


Descritores de Ciências Humanas do 9º ano do EF II e 3ª Série do Ensino Médio

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